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Pesquisadores da Paraíba desenvolvem palma forrageira mais resistente para o semiárido


A palma Forrageira se constitui em uma revolução verde que floresce no Semiárido Paraibano, apresentando resiliência e prometendo renda para a agricultura familiar


01/12/2025 | Assessoria de comunicação - Empaer/PB


Reprodução - Empaer/PB

Uma inovadora pesquisa está reescrevendo a história do semiárido paraibano, transformando a árida paisagem em um ambiente de oportunidades e sustentabilidade. O projeto de pesquisa revela o potencial extraordinário da palma forrageira, consolidando-a como um verdadeiro "ouro verde" para a região. A palma Forrageira se constitui em uma revolução verde que floresce no Semiárido Paraibano, apresentando resiliência e prometendo renda para a agricultura familiar 


As pesquisas são desenvolvidas a partir de uma parceria estratégica entre a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), o Banco do Nordeste (BNB) e o Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (Fundeci). O projeto é coordenado pelo pesquisador Wandrick Hauss de Sousa e desenvolvido pelos pesquisadores Thiago de Sousa Melo e Larissa Kellen de Moraes, da Empaer. 


Através da implementação de Unidades Demonstrativas de Tecnologia (UDTs) em Soledade (sistema irrigado) e Monteiro (sistema de sequeiro), o projeto não apenas validou as melhores práticas de cultivo, mas também pavimentou o caminho para uma nova era de prosperidade para milhares de agricultores familiares.



O centro deste estudo pioneiro foi a busca por um aprimoramento substancial nos sistemas de produção de palma forrageira, com o objetivo de identificar os genótipos mais produtivos e os métodos ideais de plantio, adubação e densidade que garantam a máxima viabilidade econômica.


A palma forrageira é um alimento crucial para a sustentabilidade da pecuária de caprinos e ovinos, especialmente vital em períodos de estiagem prolongada que assombram o semiárido. Os resultados obtidos são mais do que promissores; eles apontam para um futuro mais seguro e, inegavelmente, mais rentável para os produtores locais.

 

Produtividade e Lucro: o cenário Irrigado


Para as áreas onde o acesso à irrigação é uma realidade, o estudo demonstrou que o investimento nesta tecnologia é exponencialmente compensador, gerando retornos financeiros robustos e agilidade na recuperação do capital.


A Variedade Campeã: O genótipo PCD (Pendência Clone Doce) emergiu como o grande destaque, apresentando uma produtividade impressionante de 600 toneladas de matéria verde por hectare. Sob uma análise econômica aprofundada, este genótipo registrou um “Valor Presente Líquido (VPL) superior a R$ 217 mil e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 153%.”


O que é ainda mais notável é o tempo de retorno do investimento: em apenas 0,65 anos, ou seja, em menos de oito meses, o capital investido é recuperado, evidenciando a agilidade e a solidez financeira do sistema.


A Melhor Forma de Plantar: Quando o assunto é arranjo espacial no campo, o método de plantio "1,20 x 0,10 m", correspondente a 83.333 plantas por hectare, se sobressaiu, alcançando uma produtividade recorde de 867 toneladas de matéria verde por hectare. Do ponto de vista financeiro, este método apresentou o maior VPL de todo o estudo, ultrapassando os R$ 320 mil, com uma TIR de 143% e um retorno do investimento em apenas 0,70 anos.


Esses resultados comprovam, sem margem para dúvidas, que com as escolhas corretas de variedade e um manejo otimizado, o cultivo irrigado da palma forrageira pode se tornar uma atividade extremamente lucrativa e um pilar para a economia rural.


Resiliência e Lucratividade em condições desafiadoras: O modelo de sequeiro


Para as vastas extensões do semiárido que dependem unicamente das chuvas – um recurso escasso e imprevisível – o estudo trouxe uma mensagem de esperança e viabilidade. Mesmo sem o auxílio da irrigação, a palma forrageira se revela um excelente negócio, capaz de gerar renda e segurança alimentar.


A Variedade que Enfrenta a Seca: O genótipo Negro Michoacán (V07) foi aclamado como o vencedor no sistema de sequeiro, demonstrando uma produtividade de 503 toneladas de matéria verde por hectare. Economicamente, esta opção se mostrou a mais atrativa, com um VPL de R$ 189 mil e a maior TIR de todo o projeto: um espantoso 229%. O tempo de retorno do investimento é, de longe, o mais rápido registrado, em incríveis 0,44 anos – menos de seis meses –, indicando uma recuperação do capital quase imediata e uma robustez financeira impressionante em condições adversas.


Adubação Inteligente: No sistema de sequeiro, a adubação orgânica, utilizando 10.000 kg por hectare de esterco caprino, provou ser a mais vantajosa para as variedades orelha de elefante mexicana - OEM e V07. Esta prática não só garante excelentes retornos econômicos, mas também oferece um retorno rápido, sugerindo que a natureza, através de práticas sustentáveis, oferece as melhores soluções para as condições de baixa disponibilidade hídrica.


O Plantio que Mais Rende: A forma de plantio "1,20 m x carta de baralho simples" (com 49.020 plantas por hectare) se consagrou como a mais rentável. Este método alcançou um VPL de quase R$ 258 mil, uma TIR de 234% e um Payback surpreendente de 0,43 anos – o mais rápido de todo o estudo. Isso demonstra claramente que é possível obter alta lucratividade mesmo com menores custos de implantação, otimizando o uso do espaço e dos recursos. 


Impacto Transformador para o Semiárido Paraibano


Este estudo vai muito além da compilação de números e dados; ele representa um guia prático e uma fonte de inspiração para agricultores que anseiam por aumentar sua produção e, consequentemente, sua renda. Ao identificar as variedades e técnicas mais eficientes e economicamente viáveis para cada condição específica (seja irrigada ou de sequeiro), o projeto oferece ferramentas concretas para:


Combater a Escassez de Alimento: Assegurando uma oferta constante e de qualidade de forragem para os animais, mesmo nos períodos mais severos de seca prolongada, um desafio histórico na região.


Aumentar a Renda Familiar: Transformando a atividade agropecuária de subsistência em um negócio mais estruturado, lucrativo e previsível, elevando a qualidade de vida das famílias rurais.


Promover a Sustentabilidade: Incentivando o uso inteligente dos recursos naturais e a adaptação da produção às características climáticas locais, fortalecendo a resiliência do ecossistema e das comunidades.


Os resultados obtidos através das UDTs de Palma Forrageira não apenas validam anos de pesquisa e dedicação, mas também pavimentam um caminho claro e promissor para um semiárido paraibano mais próspero, onde a tecnologia e o conhecimento se tornam aliados indispensáveis na jornada dos produtores rumo ao desenvolvimento sustentável.


Coordenadores do Estudo: Uma Colaboração para o Futuro


Este projeto inovador é fruto da colaboração e expertise de equipes dedicadas das instituições parceiras: a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), o Banco do Nordeste (BNB) e o Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (FUNDECI), reafirmando o compromisso conjunto com o avanço e a prosperidade do semiárido. A coordenação do projeto é do pesquisador Wandrick Hauss de Sousa e desenvolvido pelos pesquisadores Thiago de Sousa Melo e Larissa Kellen de Moraes, da Empaer.


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