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TecnoHorti: Epagri apresenta em Itajaí inovações para cultivo orgânico de hortaliças


Evento apresentou tecnologias para produção de mudas orgânicas


06/06/2025 | Assessoria de Comunicação - Epagri


Foto - Reprodução Epagri

Nem o frio nem a chuva diminuíram o entusiasmo do público que compareceu ao TecnoHorti 2025, no dia 3, para conhecer as inovações desenvolvidas pela Epagri de Itajaí na produção de hortaliças orgânicas. Produtores, estudantes de agronomia, técnicos agrícolas e a comunidade rural passaram o dia visitando as vitrines tecnológicas, tirando dúvidas com os pesquisadores, assistindo palestras técnicas e conhecendo suplementos agrícolas que otimizam a produção e facilitam a vida do trabalhador. 


Na solenidade de abertura, autoridades recepcionaram produtores e estudantes, mostrando o pioneirismo da Epagri na pesquisa e a importância de criar tecnologias para produzir alimentos orgânicos, atendendo a um público consumidor cada vez mais exigente. Prestigiaram o evento o deputado estadual Marquito, o secretário do Conselho de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Agricultura e Pecuária, Paulo Arruda, o diretor da Epagri, Reney Dorow, o vice-prefeito de Itajaí, Rubens Angioletti, e a secretária de agricultura de Itajaí, Flávia Sehn.


Pela manhã, o público pôde conhecer as seis vitrines tecnológicas na Estação Experimental de Itajaí, cada uma guiada por um pesquisador ou técnico do Projeto Hortaliça. Como toda boa plantação começa com adubação, a primeira estação, sobre composto orgânico, foi apresentada pelo especialista em solo Fábio Satoshi Higashikawa. 


Os entomologistas Wilson Reis e Alexandre Menezes mostraram seus experimentos sobre controle de pragas. Wilson trabalha com a mosca soldado negra e a formiga cortadeira, e Alexandre, com óleos botânicos para o controle de pulgões. Pedro Paulo Fantini mostrou como são produzidas mudas de qualidade e a forma correta de fazer o transplante. No abrigo em frente, Keny Menguele recepcionou os visitantes mostrando os cultivares de alface e tomate lançados pela Epagri.


O pesquisador e supervisor técnico da EEI, Alexandre Visconti, apresentou o biofertilizante aeróbico portátil e sistema de termoterapia para desinfecção de substratos. O coordenador do Projeto Hortaliças, Rafael Morales, apresentou o sistema de cultivo suspenso. Já a extensionista Eneide Barth mostrou a diferença de desenvolvimento dos vegetais no Sistema de Plantio Direto de Hortaliças (SPDH), utilizando biofertilizante. 


Rafael Morales tirou dúvidas de produtores sobre cultivo suspenso abrigado

Cultivo abrigado eleva a qualidade de vida e protege das intempéries 


Josnei Nowak, 36 anos, de Três Barras, é produtor de morango e tem três abrigos de cultivo, onde produz 25kg de fruta por semana no período de safra. Ele gostou tanto do resultado e do retorno financeiro, que pretende ampliar a produção, construindo mais dois abrigos, utilizando parte do material que sobrou. “Como eu faço a estrutura em bambu, o custo do investimento é quatro vezes menor do que utilizando metal”, revela. 


Sua esposa, Niceli, 43, é responsável pelas vendas nas redes sociais. Além de venda para particulares, eles fornecem morangos para a merenda escolar do município e entidades como a Apae. “No sistema orgânico, todo mundo sai ganhando, meu filho pode entrar aqui e comer uma fruta do pé, a gente não precisa mexer com veneno, e o consumidor tem um produto de alta qualidade”, acredita Joseni, que também pretende produzir mirtilo e amora. 


Caique Heck Staroschy, 17 anos, é de Angelina e está fazendo o curso de Jovens Rurais da Epagri em Florianópolis. Ele conta que a família já utiliza o sistema de cultivo abrigado e conquistou há dois anos o certificado de produtor orgânico. Seu plano de negócio é aproveitar outras áreas da propriedade. “Como tem uma área de declive, estou estudando quais hortaliças são mais adequadas para o SPDH para aumentar a produção e fornecer para a capital, onde é grande a demanda por orgânicos”. 


Josnei produz morango em Massaranduba e pretende ampliar a produção

Epagri é parceira em propriedade diversificada e sustentável


Fabiana de Paiva Costa Barros, 55, de Massaranduba, produz hortaliças e legumes orgânicos, além de mel e ovos caipiras. Ela veio conhecer o SPDH e as opções do sistema de cultivo suspenso, já que sua propriedade é pequena. Fabiana participou do curso Flor-e-Ser, da Epagri, e pretende expandir os negócios agregando turismo pedagógico e rural à produção orgânica. “Nossa ideia é diversificar o máximo possível a produção para ter segurança financeira, e a parceria com a Epagri tem sido fundamental para tornar nosso sítio sustentável”, destacou.


Os estudantes Vitória dos Santos Alves, 24, e Ricardo Santiani, 20, vieram na comitiva da UFSC. Vitória é formada em agronomia e Ricardo cursa zootecnia. Ele ficou interessado na produção de mudas, já que seu foco é em pastagem para pecuária de corte. O engenheiro-agrônomo Leonardo Khaoe Giovanetti, 27, é doutorando e estuda sobre a microbiologia do solo em Sistema de Plantio Direto (SPD). 


Na outra ponta da cadeia produtiva estão os fornecedores de implementos agrícolas. José Lopes Jr., da Extraplast, mostrou as vantagens de investir no sistema abrigado em razão das mudanças climáticas. E Ricardo Rodrigues, gerente da Marcassio, de Atalanta, trouxe as inovações criadas pela empresa para facilitar o manejo. Entre elas estão uma plantadeira de grãos para diferentes tipos de cultivo e um monitor de plantio, que alerta quando houve alguma falha no processo, como quando o grão fica emperrado.


“Eventos como o TecnoHorti é o que temos de melhor porque aproxima as três partes envolvidas na produção de alimentos – a parte privada, que são as empresas fornecedoras, a pesquisa representada pela Epagri e os produtores, porque sem eles, nada disso aconteceria”, pontuou Ricardo.


Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc


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