Logo da ASBRAER
Logo da ASBRAER

REDE DE NOTÍCIAS

NOTÍCIA

Agricultoras da região de Itajaí transformam sonhos em negócios graças ao apoio da Epagri


Os projetos tiveram a assessoria dos extensionistas da Epagri


05/06/2025 | Assessoria de Comunicação - Epagri


Foto - Reprodução Epagri

Produtoras de sete municípios atendidos pela Gerência Regional da Epagri em Itajaí deram o primeiro passo para a realização do sonho de se tornarem donas do próprio negócio no último dia 28, ao receberem o certificado de conclusão do curso Flor-e-Ser, que estimula o empreendedorismo feminino rural. No curso, elas aprenderam como regularizar a produção artesanal, investir em novas tecnologias e promover reformas na propriedade para profissionalizar a atividade, gerando mais renda e qualidade de vida no campo.  


Estiveram presentes à cerimônia o gerente estadual de extensão da Epagri, Hoilson Folgolari, o assessor técnico da Diretoria de Cooperativismo e Desenvolvimento Rural da Secretaria de Agricultura e Pecuária, Osvaldo Vieira dos Santos, a secretária de agricultura de Itajaí, Flávia Sehn, e o prefeito de Luiz Alves, Bertolino Bachmann. 


No dia anterior à cerimônia, as participantes apresentaram seu plano de negócio no Centro de Treinamento da Epagri em Itajaí (Cetrei), onde foram capacitadas ao longo de três meses. Os projetos eram os mais diversos: turismo rural, queijaria colonial, entreposto de mel, agroindústria de ervas desidratadas, produção de ovos caipira, agricultura orgânica, panificação, produção de banana e logística. 


Os projetos tiveram a assessoria dos extensionistas da Epagri e serão viabilizados através da linha de financiamento do Projeto Realiza, do Governo do Estado, que concede até R$50 mil para obras de infraestrutura e R$5 mil para investir em equipamento de informática. São três anos de carência, sem juros, com 50% de desconto para pagamentos em dia.


Entre as participantes de Luiz Alves, apenas Jaqueline Alves não tinha foco na bananicultura. Natural do Ceará, ela casou com um produtor de hortaliças catarinense e percebeu que havia muito desperdício no verão, quando a produção excedia a demanda. Então pensou em investir numa máquina de desidratar ervas e entrar no ramo de temperos. “Eu já vi trator passando por cima de hortas inteiras porque não tem pra quem vender, então quero aproveitar o excedente de nossa propriedade e dos vizinhos”, revela.


Aprimoramento de agroindústrias e sustentabilidade 


Já Bruna Bressanini, também de Luiz Alves, é formada em Administração e está noiva do atual administrador da Arnaline, empresa que processa polpa de banana. Sua ideia é comprar uma empilhadeira para acomodar os tonéis de polpa no galpão e, quem sabe, partir para a produção de doce e balas, em vez de só fornecer matéria-prima. Angela dos Santos da Costa é do Paraná e está há poucos anos em Luiz Alves. Ela e o marido produzem banana e vão utilizar os recursos para construir o galpão de beneficiamento e sistema de trilhos para conduzir os cachos colhidos sem amassar as frutas.


Adamir Cleunice de Souza é de Camboriú e produz queijos artesanais. Hoje são produzidos 6kg de queijo por dia, com a construção da queijaria, ela quer aumentar a produção para 21kg por dia. Marlete Odelli, de Penha, produz novilhos para pecuária de corte. Ela pretende investir os recursos em melhorar os estábulos, galpão, cercas e adquirir balança para pesar os animais, além de preservar as nascentes d’água, com vistas no turismo rural.


Joyce Lazzaris realiza oficinas de “doceterapia” em seu sítio em Massaranduba (Foto: Renata Rosa / Epagri)

Promover a sustentabilidade e valorizar a vida no campo também está presente nos planos de Sulimar Muller Kruger e Vanderleia Bieging, de Blumenau. O sítio da Tia Suli fica próximo ao Ribeirão Schneider e à SC-470, e está na rota de cicloturismo. Sulimar quer transformar o galpão num receptivo de turistas, com cozinha para produzir lanches com produtos da terra. Vanderleia quer produzir alimentos orgânicos, por isso vai investir na correção do solo e aquisição de mudas de qualidade para conseguir a certificação.


Fabiana de Paiva Barros Costa e Joyce Lazzaris, de Massaranduba, são filhas e netas de agricultores, mas foram criadas na cidade. Elas sempre sonharam em retornar ao campo, aproveitando o conhecimento adquirido para investir numa agroindústria sintonizada com as demandas atuais por alimentação saudável e preservação ambiental. 


Fabiana adquiriu um sítio há três anos e batizou de Fazendinha Guarapuvu, onde produz mel de abelha sem ferrão, legumes e verduras orgânicas e ovos caipira. No Rancho Galinha Feliz, 49 galinhas produzem cerca de 300 ovos por dia. Sua ideia é montar uma estrutura inteligente, que faça a classificação dos ovos por cor, em bandejas, aumentando a produção para 3.600 ovos por dia até 2028. Para isso ela quer ter um plantel de 410 galinhas.


Fortalecimento da economia solidária e valorização da cultura alimentar

Na Casa do Doce, que fica no limite entre Massaranduba e Luiz Alves, Joyce promove oficinas gratuitas com mulheres da comunidade para pintar suas famosas bolachas, uma receita de família que virou fonte de renda. A “doceterapia” também faz a alegria das crianças. Sua agroindústria é inspirada no conto de fadas João e Maria. Sua intenção é profissionalizar a atividade, melhorar a embalagem dos produtos e fortalecer a economia solidária. Já a matéria-prima, como ovos, manteiga, cachaça e melado, vem de produtores locais.


Os empadões e cucas de Rosiane de Melo Adami, de Itajaí, fazem sucesso há quase 20 anos na tradicional Feira do Fiúza Lima. Em seu sítio, ela e o marido produzem aipim e arroz. Seu plano é montar uma cozinha industrial para produzir seus quitutes, aproveitando a matéria-prima do sítio e valorizando a cultura alimentar de sua comunidade.


Jaqueline Matias viu seu negócio de mel e própolis prosperar após reportagem da TV Epagri durante a pandemia (Foto: Renata Rosa / Epagri)

As representantes de Guabiruba, Catarina Boss e Jaqueline Matias Santos, têm trajetórias e produções distintas. Em comum, a vontade de inovar na propriedade, favorecendo a sucessão familiar. Catarina e o filho Lucas tocam um sítio de produção de tilápias para pesque e pague. Com os recursos do Projeto Realiza, ela quer aumentar os tanques, instalar rede elétrica e comprar em equipamentos para aumentar a produção em 50%.


Jaqueline sempre morou na cidade e adquiriu um sítio com o marido em 2015, onde começou criando galinhas. O negócio não deu muito certo e passou a produzir mel. Hoje eles tocam a empresa JC Bees, que produz 500kg de mel por mês, além do própolis. Aliás, foi num vídeo da TV Epagri sobre produção de própolis, em plena pandemia, que seu negócio deslanchou. Agora eles querem dar um passo além, criando um entreposto de mel, já que hoje o mel é processado em Lontras. E assim também ajudar outros apicultores locais.


Confira a reportagem da TV da Epagri sobre a produção de própolis na JC Bees:



DESTAQUES

TecnoHorti: Epagri apresenta em Itajaí inovações para cultivo orgânico de hortaliças