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Indígenas recebem sementes em Projeto da Seapdr e Emater/RS-Ascar
08/11/2022 | Ascom Emater/RS-Ascar | Regional de Porto Alegre | Carine Massierer
Os integrantes da Aldeia Mbyá-Guarani Tekoá Ka’aguy Mirim, que fica em Porto Alegre, receberam na última sexta-feira (4/11) sementes crioulas de feijão-preto, amendoim e feijão-miúdo e de hortaliças da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e Emater/RS-Ascar. A entrega foi acompanhada pelo diretor do Departamento de Desenvolvimento Agrário, Pesqueiro, Aquícola, Indígenas e Quilombolas (DDAPA) da Seapdr, Maurício Neuhaus, e pela extensionista da Emater/RS-Ascar Mariana Soares.
Nesta etapa estão sendo entregues sementes de feijão-preto crioulo, no montante de 17 toneladas, em 52 municípios, contemplando 3.169 famílias. Ainda, estão previstas a entrega de kits de sementes de hortaliças para 3.988 famílias em 67 municípios, distribuídas em 150 aldeias. Neste ano, cada família receberá um kit com cinco espécies de hortaliças (abóbora de pescoço, couve-manteiga, moranga, melão e melancia). O objetivo é viabilizar a capacidade, ampliação e/ou diversificação da produção visando à soberania alimentar e nutricional das aldeias indígenas no Rio Grande do Sul.
A entrega das sementes faz parte das ações do Projeto “Semeando nas Aldeias” que é uma política pública de etnodesenvolvimento desenvolvida pela Seapdr e voltada para povos e comunidades tradicionais. A política pública é executada pela Emater/RS-Ascar por meio de contrato para a prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) nas comunidades indígenas de todo o estado.
O diretor do Departamento de Desenvolvimento Agrário, Pesqueiro, Aquícola, Indígenas e Quilombolas (DDAPA) da Seapdr, Maurício Neuhaus, explica que o levantamento da demanda de sementes foi feito pelos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar. “A Secretaria da Agricultura, juntamente com a Emater, vem executando a implementação de ações de fomento agrícola para comunidades indígenas. Neste ano, além das sementes de feijão-preto e hortaliças, a partir de demandas de algumas aldeias executaremos um pequeno projeto piloto com sementes crioulas de feijão-miúdo e amendoim”. No total, a Secretaria distribuirá 17.745 quilos de sementes de grãos para comunidades indígenas do Estado, contemplando as quatro etnias do RS (Charrua, Mbyá-Guarani, Kaingang, Xokleng).
Os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar fazem o acompanhamento junto às respectivas comunidades indígenas, através do planejamento de ações individuais ou coletivas, para instruções dos plantios, aproveitamento dos alimentos e práticas para seleção e armazenamento de sementes, visando a autonomia das famílias indígenas. O montante de recursos investidos foi de R$ 383.889,50 (sementes de feijões, amendoim, e hortaliças) do tesouro do Estado, mediante compra por processo licitatório.
A aldeia
A Aldeia Mbyá-Guarani Tekoá Ka’aguy Mirim (Mata pequena), localizada no extremo sul da capital, fica a cerca de 30 quilômetros do centro de Porto Alegre, fazendo divisa com o município de Viamão. Distante dos aglomerados urbanos, as famílias indígenas vivem o tradicional sistema de vida guarani (Mbyá Rekó) através de uma estreita relação com a terra onde vivem e retiram o alimento. Para os Mbyá-Guarani, os alimentos ultrapassam as características de subsistência, e se articulam com a cosmologia e as simbologias que expressam a cultura tradicional milenar e reforçam os laços familiares por meio dos ritos e do compartilhamento de sementes e alimentos entre aldeias. O trato com a terra e a plantação (ma’ety) representam aspectos materiais, simbólicos e sociais, como a prática do batismo das crianças e dos alimentos (Nhemongaraí). Além do cultivo do milho guarani (avaxi ete’i), a Tekoá Ka’aguy Mirim também planta feijão (kumandá), amendoim (manduvi), aipim (mandiô), batata-doce (jety), hortaliças como, abóbora (andaí), melancia (xanjau), moranga (kuara pepe) e demais árvores frutíferas cultivadas (banana, bergamota, laranja, amora, limão) e nativas. Desse modo, a alimentação envolve uma série de costumes que expressam a forma de viver tradicional dos Mbyá-Guarani e garantem a segurança alimentar das famílias através de práticas e saberes tradicionais de preparo, cultivo, colheita, partilha e, enfim, alimentação.
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