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Cultivo de melancias é discutido em Arroio dos Ratos (RS)



02/06/2022 | Emater/RS-Ascar | Regional de Porto Alegre | Carine Massierer




A Emater/RS-Ascar reuniu mais de 50 produtores rurais da região Centro-Sul no 2º Seminário Microrregional sobre Produção de Melancia, que aconteceu nesta terça-feira (31/05), na Sociedade Última Hora, em Arroio dos Ratos. O evento teve como foco o redesenho do sistema de produção e as palestras foram voltadas a capacitação dos produtores para a adoção de tecnologias de produção que garantam economia de insumos, segurança de produção, qualidade dos frutos e aumento da produtividade.


O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar com o apoio da Prefeitura Municipal, Certaja, Ufrgs e Embrapa. O prefeito José Carlos Azeredo esteve na abertura do evento, junto com o gerente da Emater/RS-Ascar em Porto Alegre, Elias Kuck. “Este evento é fundamental para a contínua capacitação técnica de agricultores em uma região importante na produção de melancia e em função do estado ser um dos principais produtores. Além disto, a cultura contribui efetivamente para a economia da região e atualmente os produtores vivem um momento histórico de transição e redesenho tecnológico, onde a informação e a discussão são essenciais para contribuir para a tomada de decisão e planejamento da atividade produtiva”, avalia Kuck.


Após a abertura, os extensionistas da Emater/RS-Ascar, Marcelo Fortes e Rodrigo Sasso falaram sobre crédito rural e seguro agrícola. O gerente da Asteagro, Jeovani Teston, explanou sobre os sistemas de irrigação. O professor da Ufrgs, Michael Mazurana, abordou a importância da análise de solo e da correção adequada do PH (potencial de hidrogênio) para obter economia de insumos e maior eficiência na adubação de base, principalmente neste momento em que os fertilizantes estão extremamente caros e escassos.


A fertirrigação no cultivo desta fruta foi o tema explicado pelo doutor da Embrapa Semi Árido de Petrolina (PE), José Maria Pinto e continuado pelo Engenheiro Agrônomo Leonardo Fortes, que relatou o trabalho e o aprendizado que vem desenvolvendo em fertirrigação em melancia, bem como os resultados alcançados com a melancia pingo doce. O tema despertou grande interesse dos produtores, pois a estiagem tem desafiado a produção na região metropolitana há anos. Desta forma, o domínio e uso destas tecnologias, que possibilitam irrigar e nutrir a planta, simultaneamente, com economia de água e fertilizantes, contribui para o enfrentamento da situação atual, como ressaltaram o pesquisador e o agrônomo. Programas de governo que podem ser acessados pelos agricultores para a melhoria da produção, em especial os executados pela Emater/RS-Ascar e Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), também foram apresentados.


Na sequência da programação, Mazurana apresentou a pesquisa feita sobre plantio direto e cultivo mínimo realizada nas propriedades de Robson e Rodrigo Garcia, no município de Butiá.


Durante um período de três anos, foram coletadas informações a respeito do plantio direto de melancia sobre palhada com repetição de área de cultivo, utilizando um espaço cedido pelos produtores. No experimento foram avaliados espaçamentos de plantas, o desenvolvimento das plantas relacionado ao volume de palhada, as interferências da palhada na temperatura do solo, a produtividade e controle de invasoras. “Com isto foi possível entender o processo e aprimorar esta nova técnica”, ressalta o extensionista da Emater/RS-Ascar em Arroio dos Ratos, Jamir Dalenogare, que acompanhou a pesquisa junto com o professor.


As descobertas acadêmicas dão conta que, por exemplo, o aquecimento do solo que é um fator muito importante para o desenvolvimento do sistema radicular, é comprometido proporcionalmente ao aumento do volume de palha em cobertura e que, volumes superiores a 4.500 kg de palha/hectare, é prejudicial ao desenvolvimento das plantas por deficiência térmica considerando o período de implantação da cultura no final do inverno e início da primavera onde e o excesso de palha retarda o aquecimento do solo.


No entanto, sabe-se que uma boa cobertura de palha sobre o solo é fator essencial para inibir o surgimento de plantas invasoras, aspecto muito importante na condição de plantio direto, onde não se pratica a capina mecânica e não é possível fazer a química sem afetar a planta cultivada.


Segundo Dalenogare, as observações indicam como mais favorável para adoção pelos agricultores um terceiro modelo de produção, entre o sistema convencional e o plantio direto, onde se intensifica a produção de palha para fazer o controle de plantas invasoras nas entrelinhas (faixas com 2,5 a 3,0 metros) e se faz o cultivo mínimo na linha de plantio (faixa com 0,30 a 0,50 metros), criando uma faixa de exposição do solo para a elevar a temperatura e favorecer o desenvolvimento da muda.



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