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Manejo orientado pela Emater-PA pode quadruplicar renda de extrativistas de açaí de Afuá


Famílias ribeirinhas são assentadas da reforma agrária


20/08/2025 | Assessoria de Comunicação - Emater/PA - Por Aline Miranda


Foto - Reprodução Emater-PA


Sob orientação do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), o manejo de açaizais da várzea dos rios de Afuá, no Marajó, em quatro anos pode quadruplicar a renda de extrativistas moradores de ilhas em áreas de assentamento federal. Atualmente, cada família acompanhada pela Emater trabalha em cerca de dois hectares e obtém faturamento bruto anual de, em média, até R$ 30 mil, vendendo  o caroço in natura sobretudo para o estado vizinho do Amapá.


A estimativa dos especialistas da Emater de projeção de lucro e abertura de mercado baseia-se no incentivo estrutural, como acesso a crédito rural e fortalecimento de associações e cooperativas, e na atualização contínua sobre o pacote tecnológico do projeto Bem Diverso, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O Projeto faz parte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). 


Consoante à expertise da Emater e parceiros, a adoção das estratégias recomendadas, inclusive no sentido de preservação ambiental - como roçagem, limpeza e compatibilização de espécies -,  inclina resultados além do transformador de renda, do aumento de produtividade e da diminuição de gasto com mão-de-obra: no caso, as famílias podem estabilizar o período de safra e coletar o fruto por pelo menos dez meses do ano - de novembro a agosto. 


“É açaí o ano inteiro - e esse fator é relevantíssimo para segurança alimentar e nutricional, porque, mesmo no período previsto para improdutividade, setembro o outubro, ainda há o suficiente para o que o ribeirinho amazônida chama de “o do bebe” [do verbo “beber”]. O açaí é um dos principais alimentos da tradição, dentro das casas dos próprios extrativistas”, explana o chefe do escritório local da Emater em Afuá, o engenheiro agrônomo Alfredo Rosas, pós-graduado em Manejo Ambiental de Solos.


Capacitação


Rosas esteve à frente do último treinamento realizado pela Emater, ao longo deste mês de agosto, com o apoio da Embrapa, da Cooperativa de Alimentos da Biodiversidade do Amapá (Bio+Açaí) e da Prefeitura.


Sessenta e duas famílias da comunidade Santa Rita, no assentamento Ilha Charapucu, às margens do Rio Aningal, e da comunidade Pentecostes, no assentamento Ilha Cajuúna, às margens do Rio Cajuúna, participaram da Oficina de Manejo de Mínimo Impacto de Açaizais nativos. 


Durante a experiência, os extrativistas receberam kits de equipamentos de proteção individual (epis) doados pela Bio+Açaí, contendo bota, capacete, lima (ferramenta de aço, usada para desbaste), lona plástica, luvas, óculos e terçado. De acordo com a Emater, cada kit gratuito representa para os extrativistas uma economia anual de R$ 250 a R$ 300 reais. 


Na comunidade Tenda da Benção, o extrativista Janilson Pureza, de 45 anos, acumula a influência de liderança religiosa, como pastor evangélico, e liderança social, como presidente da Cooperativa Agroextrativista de Afuá (Coop Brasil), recém-constituída, com o incentivo da Emater. São 23 associados de quatro comunidades: Betesda, no rio Curupaxi, e os territórios de assentamento federal Pentecostes, Santo Antônio e Tenda da Benção. 


“Falar é importante, mas mostrar é o verdadeiro exemplo. Minha vivência com a Emater é muito proveitosa, porque é um Órgão com o qual eu conto há 16 anos, sempre orientando, estimulando. A questão do manejo faz toda a diferença: o produto incrementa a qualidade, a produtividade aumenta, a produção aumenta, o processo de coleta é facilitada”, detalha. 


Janilson e a esposa, Claudiane Pureza, de 37 anos, moram com os três filhos no Sítio Boa Esperança: Eliabe, de 8 meses; Samilly, de 9 anos e Samuel, de 15 anos. O açaí é cardápio de todos os dias, no almoço e no jantar, sem açúcar e com farinha d’água. “Somos ‘viciados’, no ótimo sentido”, brinca. 


DESTAQUES

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