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Asbraer participa da Conferência da Alimentação Escolar
A Conferência é uma realização da FAO, MEC e FNDE e busca trocas de experiência com foco na alimentação saudável do estudante e com sustentabilidade
14/11/2023 | Ascom Asbraer | Juliana Silva
Conferência de Alimentação Escolar 2023
Nos dias 13 e 14 de novembro, a Asbraer participou do evento internacional “A alimentação escolar na América Latina e no Caribe: trajetória e perspectivas”, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. A realização foi da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para a América Latina e o Caribe, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
O encontro contou, também, com a participação de representantes de governos de 21 países da região, entre eles diretores de programas de alimentação escolar, vice-ministros de educação e técnicos da área.
Na abertura do evento, estiveram a Embaixadora, Luiza Lopes da Silva, Diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, Rafael Zavala, representante da FAO, Fernanda Pacobahyba, presidente do Fnde, Padre João (PT/MG), deputado federal e o estudante Mateus Fernandes, representando todos os estudantes da America Latina e Caribe.
A embaixadora considera o PNAE um programa de sucesso que o Brasil deve se orgulhar. "Existem aspectos que nós nos orgulhamos muito e esse casamento entre alimentação escolar e Agricultura familiar é um deles", afirmou. Corroborando com isso, Fernanda Pacobahyba afirma que o programa possui um olhar multifacetado, quando não lida só com a alimentação dos alunos, mas a promoção da segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável do país. "O PNAE é um modelo de programa para todo o mundo porque é eficaz não só no fornecimento de alimentos saudáveis, mas na geração de renda no campo e na preservação do meio ambiente uma vez que sustentabilidade é um requisito no acesso ao PNAE", considerou.
Rafael Zavala também seguiu esse argumento considerando o Brasil como modelo internacional da política de alimentação escolar. "O Brasil é um modelo de sucesso e tem sido estudado por países da América Latina e Caribe".
Foi apresentado um balanço das atividades e conquistas dessa soma de esforços internacionais, além da promoção de oportunidades de diálogo sobre os próximos passos, com a ampliação das atividades e de países que integram a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (Raes).
Lançamento da Cooperação Internacional Brasil-FAO para o ciclo 2024-2027
A Conferência acompanhou o lançamento do novo ciclo da Cooperação Internacional Brasil-FAO para 2024-2027. A cooperação foi formalizada durante o ato protocolar, nesta terça-feira, 14 de novembro, às 14h, no Auditório do Ministério da Educação (MEC). Além dos representantes das instituições já presentes na Conferência, o ato contou com a presença do Ministro da Educação, Camilo Santana e da primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva.
A cerimônia também foi marcada pela concessão do título de embaixadora da Alimentação escolar à Primeira-Dama.
A Cooperação em Alimentação Escolar
As diversas ações de cooperação em alimentação escolar são inspiradas no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que contribui para o compromisso do Brasil com a erradicação da fome e a promoção da segurança alimentar e nutricional, por meio da alimentação escolar. O Programa de Cooperação Brasil-FAO impulsiona a política de alimentação escolar, a partir da perspectiva do direito humano à alimentação adequada, e já beneficiou mais de 80 milhões de estudantes latino-americanos e caribenhos, enquanto a Raes tem o objetivo de apoiar os países na implementação e reformulação de programas de alimentação escolar, na perspectiva do acesso e da garantia do direito humano à alimentação adequada.
No Brasil, a implementação do PNAE passa, necessariamente, pela ATER Pública. São estas instituições que levam informação ao agricultor familiar e os ajuda a acessar o programa. Além disso, é a ATER que leva as técnicas e tecnologias desenvolvidas pelas OEPAs (Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária) para facilitar a vida do agricultor, ajudar a produzir em maior escala e com sustentabilidade respeitando o meio ambiente. As OEPAs desenvolvem as técnicas e tecnologias de produção sustentável e a ATER as leva ao campo. Como sustentabilidade é premissa do PNAE, as OEPAs e a ATER Pública são instituições imprescindíveis para o sucesso do PNAE.
Com apoio da cooperação brasileira, seis países – Bolívia, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá e Paraguai – aprovaram suas leis de alimentação escolar, seguindo o exemplo do Brasil. Além disso, mais de 30 mil profissionais foram capacitados por meio de numerosas ações presenciais e virtuais; e mais de nove mil agricultores familiares foram incorporados aos programas de alimentação escolar, a partir da inclusão da compra de sua produção para esses programas.
A alimentação escolar é uma política pública estratégica no combate à insegurança alimentar e nutricional no mundo. Na América Latina e no Caribe, há cerca de 170 milhões de estudantes. Dados da FAO, de 2022, indicam que o atraso no crescimento infantil afeta 5,7 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade na região (11,5%). Além disso, vale recordar que é especialmente prevalente entre crianças cujas mães pertencem à camada de rendimento mais baixa e não receberam educação formal. Similarmente, o excesso de peso afeta 4,2 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade (8,6%), o equivalente a 3 pontos percentuais acima da média global.
Com esse cenário, os programas de alimentação escolar oferecem benefícios como a melhoria da nutrição e da saúde de milhões de crianças, adolescentes e jovens; a redução da ausência escolar, frequente em crianças provenientes de famílias mais vulneráveis; e a garantia de melhores condições de desenvolvimento cognitivo. Além disso, as políticas de alimentação escolar, associadas às compras locais da agricultura familiar, terão papel central na proposta brasileira de discutir, no âmbito do G20 em 2024, a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
O Brasil atua agora como copresidente da Coalizão Global para Alimentação Escolar, ao lado de França e Finlândia. O anúncio foi feito na primeira Reunião Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, nos dias 18 e 19 de outubro de 2023, em Paris, na França.
A colaboração do Brasil com a FAO foi destaque no encontro, tendo sido ressaltada a parceria que culminou na criação da Raes. Por meio desse trabalho, mais de 20 países da região têm tido a oportunidade de aprofundar conhecimentos e trocas de experiências.
Essa troca de experiência, no que tange a produção da agricultura familiar e seu acesso com oferta de alimentos saudáveis e orgânicos, contou com a articulação da Asbraer com suas associadas para visitas técnicas, encontros técnicos onde a ATER Pública expôs como funciona o acesso do agricultor familiar em cada região brasileiras, as dificuldades e especificidades de cada estado, bem como cases de sucesso no PNAE.
A Asbraer se mantém à disposição para articulação e ações para o próximo ciclo da Cooperação em Alimentação Escolar 2024-2027.