Logo da ASBRAER
Logo da ASBRAER

REDE DE NOTÍCIAS

NOTÍCIA

Pesquisa insere estudantes na produção de mudas de espécies da Mata Atlântica


Pesquisadora do Incaper, Sarah Ola, com os bolsistas e a tutora do projeto


30/09/2025 | Assessoria de comunicação - Incaper


Reprodução - Incaper


Com apenas 12,4% de sua área original preservada, a Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do planeta. Para contribuir com a conservação dessa floresta e despertar o interesse científico de jovens estudantes, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), em parceria com a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) José de Caldas Brito, em Linhares, está desenvolvendo o projeto “Produção de mudas e germinação de sementes para uso e conservação de espécies nativas da Mata Atlântica”.


A ação é contemplada pelo Programa de Iniciação Científica Júnior do Espírito Santo 2025 (Edital Fapes/Sedu nº 16/2024), que estimula a participação de estudantes da rede pública em projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação. Na escola de Linhares, participam cinco bolsistas do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental e da 1ª série do Ensino Médio, além de umaprofessora, que atua como tutora e faz a interlocução entre os jovens e os pesquisadores do Incaper.


Pesquisa aplicada à conservação


O objetivo central do projeto é avaliar o processo de germinação de sementes e o desenvolvimento de mudas de espécies nativas, com foco em cinco plantas típicas da Mata Atlântica: araucária, gabiroba, jenipapo, aroeira e maracujá-doce.


As atividades são desenvolvidas no Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Norte do Incaper. Em laboratório, os estudantes realizam experimentos em câmaras de germinação, com controle de temperatura, umidade e substrato. Já no viveiro, avaliam o crescimento das mudas submetidas a diferentes doses de fertilizantes de liberação controlada, que fornecem nutrientes às plantas por até cinco meses.


Segundo a pesquisadora do Incaper e coordenadora do projeto, Sarah Ola, o envolvimento dos alunos é essencial. “Eles participam de todas as etapas, desde a coleta e preparo das sementes até a medição das mudas. Isso permite que aprendam na prática conceitos de ciência, biodiversidade e conservação, ao mesmo tempo em que desenvolvem senso crítico e curiosidade científica”, destacou.


Conservação pelo uso


Além da produção de conhecimento científico, o projeto também busca popularizar o uso das espécies nativas e difundir seus potenciais entre agricultores e a comunidade em geral. As espécies da Mata Atlântica podem ser aproveitadas na alimentação, na produção de óleos essenciais, pigmentos e fitoterápicos, no paisagismo, no sombreamento e em sistemas produtivos sustentáveis.


“Queremos mostrar que conservar não significa apenas proteger as florestas, mas também reconhecer e valorizar as espécies em nosso dia a dia. Quando as pessoas descobrem que uma fruta nativa pode servir para alimentação, para gerar renda ou para embelezar um jardim, elas passam a se interessar mais pela preservação”, explicou Sarah Ola.


Educação científica e impacto social


Uma das grandes contribuições do projeto é a inserção de estudantes em atividades reais de pesquisa, despertando a curiosidade, o interesse pela ciência e até a vocação para carreiras acadêmicas. Em experiências anteriores do Incaper, bolsistas de programas de iniciação científica seguiram para o ensino superior, concluíram mestrados e se tornaram professores, mostrando a efetividade dessa metodologia.


Recentemente, cerca de 150 alunos da Escola José de Caldas Brito participaram de palestras sobre os potenciais das frutas nativas, reforçando o papel educativo e multiplicador da iniciativa. Além disso, está prevista a doação de mudas produzidas nos experimentos para a comunidade escolar.


Para a professora Ana Célia Soprani, tutora do projeto na escola, a experiência tem sido transformadora. “O projeto desperta a consciência ambiental, valoriza a nossa flora local e incentiva a prática da preservação. Os alunos estão tendo contato direto com mudas, colocando em prática o que aprendem e ampliando seu interesse pelo conhecimento. Recentemente realizamos palestras e até um concurso de fotografias sobre plantas nativas, e foi gratificante ver o entusiasmo dos estudantes”, afirmou.


Contribuições do projeto


Os resultados obtidos no projeto poderão subsidiar ações de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, fortalecendo iniciativas de conservação como o Programa Reflorestar, do Governo do Estado. Também trazem oportunidades de diversificação de renda para agricultores familiares, por meio da introdução de frutas nativas em sistemas agroflorestais e da valorização de produtos com potencial de mercado.


“Esse é um trabalho que une pesquisa, escola e comunidade. Acreditamos que investir na educação científica de jovens, principalmente em regiões de maior vulnerabilidade social, é um caminho estratégico para conservar a biodiversidade e, ao mesmo tempo, criar novas oportunidades de desenvolvimento sustentável”, informou a pesquisadora Sarah Ola.


Informações à Imprensa:
Coordenação de Comunicação e Marketing do Incaper
Felipe Ribeiro
(27) 98849-6999

comunicacao@incaper.es.gov.br


DESTAQUES

Cultivar de feijão criada pelo IDR-Paraná é destaque em congresso internacional