Casal de egressos do curso de jovens da Epagri está transformando propriedade em Dionísio Cerqueira

​O casal também teve acesso a políticas públicas, como o Kit Informática, que os auxilia no acesso à informação e na gestão da propriedade​

28/04/2025 | Assessoria de Comunicação - Epagri

Foto - Reprodução Epagri

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Jenifer Dettenborn nasceu em São José do Cedro, no Extremo-Oeste de Santa Catarina. Quando criança, se mudou para São Paulo, onde residiu por mais de uma década. No entanto, um acidente familiar a trouxe novamente para o interior catarinense, onde conheceu seu marido, Alexsandro Vendruscolo. Ele vivia com os pais, Elton e Liria Vendruscolo, que se dedicavam à produção de leite em Dionísio Cerqueira. 

Há quatro anos, Alexsandro e Jenifer decidiram dar continuidade ao negócio familiar e permanecer na propriedade, que além do leite comercializado, também produz feijão, mandioca, batata-doce e carne, entre outras culturas anuais para autoconsumo. Para isso, era preciso buscar novos conhecimentos que fossem aplicáveis no dia a dia, contribuindo para a otimização dos processos e no desempenho da produção. A oportunidade surgiu com o convite feito pela Epagri para participarem do curso de jovens em 2023.

A partir de então, a propriedade do casal tem passado por uma série de mudanças. O extensionista rural da Epagri em Dionísio Cerqueira, Fabio Biela, afirma que o trabalho está em andamento, mas que os jovens têm feito mudanças de maneira sólida e disciplinada. Ele conta que, a partir das orientações da Epagri, eles adotaram planilhas de acompanhamento para mensurar gargalos, custos e níveis de produção. “Uma das mudanças mais impactantes que conseguimos implementar foi o controle financeiro por meio das planilhas, que não era executado. Com isso, também conseguimos decidir o tipo de forrageira mais adequado para a realidade da propriedade”, diz Jenifer. 

Resultados visíveis na renda familiar

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Com relação à pastagem e à nutrição dos animais, Fábio Biela salienta que “o ajuste da dieta apresenta resultados visíveis na produção e, consequentemente, na renda familiar”. Com esta mudança, as vacas que produziam em torno de nove litros de leite passaram a produzir 15 litros menos de um ano após os ajustes. Para isso, contaram com a ajuda do extensionista Jonas Marcelo Ramon, da Epagri de São Miguel do Oeste, para planificar a nova dieta do gado. 

“O desafio era organizar a propriedade para aumentar a produtividade, gerar mais renda e baixar custos, produzindo leite de qualidade à base de pasto”, destaca Jonas. “Nosso trabalho começou organizando a implantação das pastagens perenes, principalmente Tifton 85 e Capim-Pioneiro, aplicados em um sistema de piqueteamento, com água nos piquetes”, descreve o extensionista. Jenifer recorda que inicialmente a propriedade tinha meio hectare de Tifton e um hectare de Capim-Pioneiro, utilizando pastagem de verão e inverno. “Hoje temos dois hectares de Tifton, um hectare de Estrela Africana e um hectare de Capim-Pioneiro. Também estamos em processo de  ampliação de forrageiras e implantação de sistema silvipastoril”, complementa a produtora. 

Acesso a políticas públicas

O casal também teve acesso a políticas públicas, como o Kit Informática, que os auxilia no acesso à informação e na gestão da propriedade, o Plano Safra, que entre outros benefícios, concede o rebate de 30% no cálculo da Renda Bruta Anual do CAF-Pronaf para produtores de leite. Além disso, foram beneficiados com o programa Pronampe Leite SC para aquisição de equipamentos e melhorias que estão sendo aplicadas nas salas de espera e de ordenha. 

Para o futuro, Alexsandro e Jenifer planejam ter 25 vacas em lactação, produzindo uma média diária de 25 litros de leite cada. Pretendem ainda fazer ampliações e reestruturações na propriedade para trabalhar com lotes de genética bovina para comercialização. 

A jovem que deixou São Paulo afirma não se arrepender da decisão, pois encontrou no campo uma vida mais livre e saudável. Além de desfrutar de maior qualidade de vida e da proximidade com as pessoas, Jenifer e o marido Alexsandro são parte fundamental da cadeia produtiva que leva comida para a mesa dos catarinenses. 

Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc