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Entregas para a alimentação escolar oportunizam renda e segurança na hora de produzir a agricultores de Teutônia (RS)


Emater/RS-Ascar sugere o cultivo de aipim e de três tipos de feijão, além de elaboração de molho de tomate, biscoitos, geleias e massa


08/04/2024 | Assessoria de Comunicação - Emater/RS


Foto: Emater-RS

"Há males que vêm para o bem". Não dá pra negar que essa frase, um chavão bastante popular, que pode ser resumida como uma ocorrência aparentemente ruim que terá consequências satisfatórias no futuro - pode ser considerada um tanto batida. Mas, em alguma medida, ela resume a experiência vivida pelo casal Jacinta e Hans Post, de Teutônia. Aliás, é a própria Jacinta quem faz a afirmação, ao explicar o desencanto dela e do marido no ano de 2016, quando decidiram encerrar as atividades de uma agroindústria de ovos de codorna que, não muito tempo atrás, havia sido legalizada.

Estava tudo mais ou menos certo com o empreendimento, ainda que as exigências sanitárias parecessem estar em constante mudança, o que os obrigaria a outros investimentos em equipamentos e em melhorias na edificação, que fica junto à propriedade da família, na Linha Clara. "Fora esse aspecto havia o alto custo, a mão de obra excessiva, o manejo complicado", recorda Post. A reviravolta para o casal surgiu em 2017, após uma conversa com os extensionistas da Emater/RS-Ascar. A ideia? Utilizar a estrutura já montada para a produção de itens variados a serem entregues para a merenda escolar.

Quem circula pelo interior já se acostumou a ouvir a expressão "merenda escolar", como uma forma de resumir o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), política pública do Governo Federal que visa oferecer não apenas uma alimentação saudável para alunos da rede pública, como promove ainda ações de educação nutricional junto aos estudantes. "É uma série de medidas que têm como ponto central a aquisição de produtos da agricultura familiar, medida que estimula o desenvolvimento econômico e sustentável das comunidades envolvidas", explica a extensionista da Emater/RS-Ascar Ana Cândida Barth.

Jacinta e Hans já conheciam o programa e entregavam ovos de codorna pelo Pnae. Além disso, a agricultora havia trabalho em uma escola estadual local, fazendo parte inclusive do conselho que definia as receitas. O que precisava era de um direcionamento, o que veio com o suporte da Emater/RS-Ascar e a acolhida de uma sugestão para o cultivo de aipim e de três tipos de feijão, além de elaboração de molho de tomate, biscoitos, geleias e massas, itens que são repassados a mais de 50 escolas, não apenas de Teutônia, mas também de Poço das Antas, Westfália, Estrela, Imigrante e Fazenda Vilanova, beneficiando centenas de estudantes.

Atualmente, mais de 80% da produção da família Post, cultivada em uma área que não chega nem a dois hectares plantados, vai para a merenda escolar. "E detalhe, todo o cultivo limpo, sem o uso de agrotóxicos", orgulha-se Hans. "A gente não deve perder de vista que estamos falando da comida que será consumida por crianças", lembra Jacinta. O casal tem dois filhos – o mais velho, Thiago, trabalha a estuda na Univates, mas ajuda os pais nos finais de semana e nos dias que pode. "Como um todo, é um processo satisfatório, que formaliza as entregas em contratos, nos garantindo renda e segurança total para trabalhar", afirma a produtora.

Claro que a rotina é corrida, mas o casal sorri, ao exibir novos produtos, como é o caso da biomassa de banana verde ou outros itens que não contém glúten ou lactose, o que atualiza e moderniza o cardápio das crianças. "Na realidade eles possuem uma grande capacidade de adaptação e uma abertura para o novo", comenta Ana Cândida, que acompanha a família desde as mudanças.

E assim como ocorre com os Post, outras famílias também investiram em suas propriedades para atender ao Pnae, caso da agricultora Cátia Rodrigues Deuner, da localidade de Linha Catarina, também em Teutônia. No caso dela, a ideia inicial até não era a comercialização para a alimentação escolar, ainda que o processo de mudança tenha ocorrido mais ou menos na mesma época dos Post. "Éramos produtores de leite, mas como a propriedade é muito pequena, com apenas três hectares de área, era difícil pensar em continuidade ou mesmo expansão", explica a produtora. A sugestão, em conversa com a Emater/RS-Ascar, inicialmente foi cultivar morango, que na avaliação de Ana Cândida é uma fruta que "se vende sozinha", já que é bastante procurada pelo consumidor.

"Foi batata", garante Cátia. Não deu dois meses que havia plantado os primeiros quatro mil pés, o público já tinha descoberto e iniciando a procura. Nesse meio tempo, a agricultora fez o Curso de Produção de Morango em Substrato Sem Resíduo de Agrotóxicos, oferecido pelo Centro de Treinamento de Agricultores de Teutônia (Certa). O que a estimulou a investir mais e a aderir a outros cultivos, como abobrinha, couve, alho-poró, batata-doce, beterraba, pimentão, repolho, brócolis e cenoura, entre outros, que também são entregues para a alimentação escolar.

"Na verdade fui compreendendo o processo, me adaptando, trocando conhecimentos", reforça a agricultora, que é mãe de três filhos e teve de superar uma tragédia pessoal - a perda do marido - para seguir em frente. "São produtores que são exemplo para o município e que nos orgulham pelo empenho e dedicação nessa política", aponta Ana Cândida. Em Teutônia, somente em 2024, já foram construídos projetos para seis chamadas do Pnae, beneficiando 16 fornecedores e movimentando mais de R$ 850 mil em recursos, que vem para o município. "Sendo que cada agricultor pode comercializar até R$ 40 mil ao ano, por Chamada, o que faz valer a pena", finaliza a extensionista.

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald
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