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Semana de Fitoterapia 2024: 21 anos de divulgação e troca de conhecimento científico e saberes populares sobre plantas medicinais
Evento planejado com muita dedicação e carinho, por um grupo multidisciplinar, que a cada ano procura trazer ao público assuntos atuais e relevantes
29/04/2024 | Assessoria de Comunicação - Cati/SP
Foto: Cati-SP
Com o tema “Fitoterapia e Saúde – Da ancestralidade à atualidade”, o evento, realizado entre os dias 24 e 26 de abril, na sede da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), em Campinas, recebeu um público presencial de cerca de 200 pessoas e foi acompanhado por outras centenas, de outros estados e até de outros países, pelo canal da CATI no YouTube.
Aliando ciência e saber popular tradicional, a Semana de Fitoterapia de Campinas – Professor Walter Radamés Accorsi trouxe, em sua 21.ª edição, uma programação abrangente, em que os participantes puderam aguçar os sentidos e obter mais conhecimento sobre o uso de plantas medicinais em palestras, mesas-redondas, mostra de trabalhos científicos, vivências práticas, bem como em atividades corporais e culturais.
“A Semana de Fitoterapia é um evento planejado com muita dedicação e carinho, por um grupo multidisciplinar, que a cada ano procura trazer ao público assuntos atuais e relevantes, ministrados por palestrantes renomados, que compartilham com o público o valor das plantas medicinais”, explica Cleide Cristina dos Santos Lobato, assessora técnica do Centro de Treinamento (Cetate)/CATI, que integra o Grupo Saberes à Luz do Sol, responsável pela organização do evento.
Grupo Saberes à Luz do Sol
Durante a abertura, Alexandre Grassi, coordenador substituto da CATI, demonstrou o compromisso da instituição com os trabalhos e projetos relacionados à fitoterapia e ao apoio aos produtores rurais que cultivam plantas medicinais, anunciando a revitalização e um novo projeto para o Horto de Matrizes, instalado na sede da CATI, em Campinas.
“A CATI, como órgão responsável pelas ações de assistência técnica e extensão rural na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, tem uma atuação contínua junto aos produtores rurais e aos interessados no plantio e manejo das plantas medicinais. Entendemos a relevância do tema e valorizamos muito a realização dessa Semana de Fitoterapia, que se tornou um espaço tradicional de divulgação e troca de conhecimento científico aliado aos saberes populares. Temos orgulho em realizar em parceria o evento e, desde as primeiras edições, abrir as nossas portas para sediá-lo, frisando que elas sempre estarão abertas para esse fim. E, nesta 21.ª edição, é com grande satisfação que anunciamos que iniciamos a revitalização do nosso Horto, que guarda matrizes de plantas diversas, sendo um espaço para a produção de mudas de qualidade, com a implantação de um projeto que estará interligado com outras ações e projetos que primam pela sustentabilidade ambiental”, explica Grassi, que durante a solenidade de abertura entregou uma homenagem da CATI à engenheira agrônoma Maria Cláudia S. G. Blanco, engenheira agrônoma recém-aposentada do Departamento de Extensão Rural (Dextru)/CATI, a qual foi a idealizadora e implementou o Horto de Plantas Medicinais, desenvolvendo, em mais de 30 anos de serviço, projetos, programas e ações que contribuíram para que as plantas medicinais, a fitoterapia, os projetos de Farmácia Viva e o número de produtores e interessados no tema, que crescesse em todo o âmbito paulista.
Emocionada com a homenagem – que compartilhou com todos os colegas da CATI e da pesquisa, produtores, comunidades tradicionais, representantes e entidades dos âmbitos municipal, estadual e federal, bem como com a iniciativa privada e voluntários que se dedicam e trabalham para o avanço do cultivo de plantas medicinais, bem como a ampliação e o uso adequado e responsável de fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS) e pela população –, Maria Cláudia enalteceu a realização da Semana e o trabalho da CATI na área.
“Participar desta 21.ª edição da Semana de Fitoterapia é ver a concretização de um sonho, com a sensação de dever cumprido, apesar de todos os desafios que o nosso Grupo Saberes à Luz do Sol tem superado para que este tema tão importante alcance cada vez mais pessoas, o que, com o advento das transmissões on-line, tem ultrapassado fronteiras. E ver que o Horto Medicinal da CATI será revitalizado, para continuar cumprindo o seu papel, é outra grande alegria”, salienta Maria Cláudia, informando que no Horto são cultivadas plantas matrizes de espécies medicinais com identificação botânica de origem para produção de mudas que alimentam projetos locais das Casas da Agricultura e de prefeituras municipais que promovem a divulgação das plantas medicinais para uso no sistema público de saúde e como alternativa de renda para produtores rurais. “O projeto deste Horto também tem como objetivo resgatar e valorizar o uso de plantas medicinais pela população e disponibilizar saberes sobre as plantas medicinais, principalmente como identificar cada planta, muito importante para seu uso seguro e eficaz”.
A Semana de Fitoterapia é voltada a um público heterogêneo, que envolve desde produtores rurais até profissionais das áreas de extensão rural, saúde, educação e assistência social, bem como aos interessados, de maneira geral, nesse tema que, cada vez mais, ganha adeptos no mundo, como consequência da busca de uma vida mais natural, com ênfase em um estilo de vida mais saudável dos pontos de vista de saúde e alimentação.
Sobre o tema “Fitoterapia e Saúde - Da ancestralidade à atualidade”, a Dra. Michelle Pedroza Jorge, integrante do Grupo Saberes à Luz do Sol, responsável pela organização do evento, ressalta que ele foi definido “para lembrar as pessoas de que é essencial reconhecer e valorizar as raízes culturais que moldaram as sociedades atuais”.
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A fitoterapia é uma das práticas integrativas e complementares do SUS, o qual propicia atividades e terapias que favorecem a promoção de saúde por meio de atitudes virtuosas do paciente. Durante a edição deste ano, foi debatida essa importante política do SUS, contribuindo para divulgar os seus benefícios para a saúde como, por exemplo, a partir da palestra Fitoterapia no tratamento da dengue e demais arboviroses, que estão em pleno período de surto e epidemia no país. Outra tema de grande interesse foi a mesa-redonda Cannabis medicinal: pesquisa, indicações e legislações.
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Sobre a Semana
A Semana foi instituída por lei (Lei Municipal n.º 11.385, de 2002) – com o nome de Semana de Fitoterapia de Campinas e, desde então, é realizada anualmente. A partir da 3.ª edição, o nome foi alterado para homenagear seu patrono, o engenheiro agrônomo e professor Walter Radamés Accorsi, considerado um dos maiores especialistas em plantas medicinais do mundo. O objetivo de sua criação é informar, sensibilizar, conscientizar e mobilizar a opinião pública sobre o cultivo e o uso de plantas medicinais, divulgando saberes tradicionais e científicos.
A Semana de Fitoterapia – Professor Walter Radamés Accorsi é uma realização da CATI e da Prefeitura Municipal de Campinas, com apoio de entidades parceiras.
Um pouco sobre fitoterapia
Você sabe o que é fitoterapia? Pois bem, palavra de origem grega, a qual resulta da combinação dos termos Phito = plantas e Therapia = tratamento, e, de acordo com dicionários de língua portuguesa, é definida como “tratamento de doenças mediante o uso de plantas”. É uma das mais antigas práticas terapêuticas usadas pela humanidade. Sua origem remonta ao ano 8.500 a.C., assentando-se no conhecimento popular (etnobotânica) e na experiência científica (etnofarmacologia).
Outrora considerada uma medicina popular e alternativa, a fitoterapia hoje tem sido cada vez mais usada e reconhecida nos meios médicos e científicos, sobretudo devido a produtos com ação terapêutica comprovada cientificamente. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, 2004), fitoterápico é “todo medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais com finalidade profilática, curativa ou para fins de diagnóstico, com benefício para o usuário”. Para os organizadores da Semana, é comum dizer que a fitoterapia consiste na utilização externa ou interna de vegetais in natura ou na forma de medicamentos. “Para isso, utilizam-se nas preparações diferentes partes da planta, como raiz, casca, flores ou folhas”, explicam.